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Desidrogenase – Rubor Asiático: Uma Condição Comum no Leste Asiático.
Você conhece algum oriental que fica vermelho quando bebe? Pois bem, esta é uma condição que está presente em cerca de 35-45% da população do leste asiático (chineses, japoneses, coreanos e taiwaneses), conhecida como Rubor Asiático (Enomoto, 1991).
Sintomas do Rubor Asiático e sua Relação Com a Metabolização do Álcool.
Além da vermelhidão, o indivíduo pode apresentar dor de cabeça, enjoo, vômito, taquicardia (batimentos cardíacos acelerados), piora de quadros de asma e também mal-estar generalizado .
Tais reações não se referem a alergia ou intolerância ao álcool, assim como existe alergia ao trigo, intolerância à lactose, etc. Neste caso, a reação relaciona-se ao metabolismo (e eliminação) do álcool e não com o sistema imunológico do corpo como são as alergias.
Deficiência da Enzima Aldeído Desidrogenase 2 (ALDH2)
Este quadro é classificado como uma deficiência da enzima Aldeído Desidrogenase 2 (ALDH2), uma proteína que participa da metabolização do álcool. Ou seja, quando esta enzima não funciona do jeito correto, devido a uma mutação genética, o indivíduo pode apresentar o Rubor Asiático (Prato Fundo, 2017).
Para o entendimento da vermelhidão, é necessário entender um pouco mais sobre a metabolização do álcool. Praticamente quase tudo o que é consumido precisa passar por algum tipo de transformação química para ser absorvido ou eliminado. Com o álcool não é diferente, sua metabolização acontece no fígado por meio de uma série de etapas.
O Processo de Metabolização do Álcool e a Formação de Aldeído.
O álcool é percebido como uma substância tóxica pelo organismo, desta maneira precisa ser eliminado. Para conseguir isso, o corpo transforma a molécula de álcool em outra chamada aldeído (esta é ainda mais tóxica para o corpo do que o álcool) através da enzima Álcool Desidrogenase (Lehninger, 2007).
Após esta fase, o corpo converte o aldeído produzido na etapa anterior em ácido acético, (aquela mesma molécula presente no vinagre) por ação da enzima Aldeído Desidrogenase 2. O ácido acético, por sua vez, não é tóxico e pode ser eliminado com maior facilidade (Lehninger, 2007).
Mutação Genética Compromete a Conversão de Aldeído em Ácido Acético.
A condição presente em quase metade da população do Leste Asiático está justamente nesta etapa de conversão do aldeído para ácido acético. Devido a uma mutação no gene responsável pela formação da Aldeído Desidrogenase 2, a simples troca de um aminoácido por outro compromete toda a função desta proteína muito importante para a metabolização do álcool (Bau, 2007).
Traçando um paralelo para se visualizar melhor essa questão, é como se você trocasse um único ingrediente na receita de um bolo e isso fizesse com que desse tudo errado.
Risco Aumentado de Câncer e Ausência de Cura.
Em pessoas com esta mutação genética na ALDH2, o corpo não consegue transformar o aldeído no mesmo ritmo que ele é produzido. Sendo assim, ocorre um acúmulo dele no organismo e, como ele é muito tóxico, os sinais e sintomas citados (Rubor Asiático) aparecem devido à intoxicação por aldeído (Bau, 2007).
Além disso, por conta deste quadro de intoxicação sempre que ocorre o consumo de álcool, aumenta-se o risco de desenvolvimento de câncer de esôfago e estômago em pessoas com esta condição genética.
Atualmente não existe cura para esta mutação, alguns experimentos foram feitos, mas nada está disponível para alterar a condição
Alternativas Sem Álcool:
Uma das alterações que pode ser feita para melhorar o estilo de vida, seria a adição de bebidas desalcoolizadas, como Cervejas, Vinhos e Espumantes Sem Álcool.
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Referências:
ENOMOTO, N.; TAKADA, A.; DATE, T. Genotyping of the aldehyde dehydrogenase 2 (ALDH2) gene using the polymerase chain reaction: evidence for single point mutation in the ALDH2 gene of ALDH2-deficiency. Gastroenterologia Japonica, v. 26, n. 4, p. 440–447, ago. 1991.
LEHNINGER, Albert L.; NELSON, David L.; COX, Michael M. Lehninger Princípios de Bioquímica. New York: W.H. Freeman and Company, 2007.
PRATO FUNDO, Vitor Hugo, Disponível em: <https://pratofundo.com/4871/alcool-aldeido-desidrogenase/>. Acesso em 03/12/2021.
BAU, C. H. D. Estado atual e perspectivas da genética e epidemiologia do alcoolismo. Revista Ciência e Saúde Coletiva. Departamento de Genética, Instituto de Biociências, Universidade Federal do Rio Grande do Sul. 17. jul, 2007. Disponível em <https://www.scielo.br/j/csc/a/ZMhzS9zT3t4XfwZftYBnzPz/?lang=pt>. Acesso em 03/12/2021.