Um depoimento transformador que revela os desafios enfrentados, as conquistas alcançadas e a liberdade encontrada ao escolher um caminho mais saudável sem o álcool por Christina Demant
No dia 18 de julho de 2022, eu completei 50 anos. Mas a festa, que havia sido planejada com tanto carinho e atenção pelo meu namorado, não foi tão memorável quanto a frase que ouvi de uma das minhas melhores amigas: “Não quero te perder para a bebida”.
Aquilo caiu como uma bomba sobre mim. Eu fiquei em choque: por que ela estava se referindo a mim daquela forma? Justo eu, que me considerava uma entusiasta do vinho, ou uma degustadora das melhores safras e que sabia muito bem a hora de parar…
A ficha só foi cair no dia seguinte, quando eu acordei na minha cama, sem saber o que havia acontecido e me sentindo péssima. Liguei para a minha amiga S., a mesma que disse que não gostaria de me perder para a bebida, e pedi para que ela me lembrasse dos fatos.
A cada palavra que ela dizia, eu afundava cada vez mais no colchão e fechava meus olhos com força — como se, assim, eu pudesse voltar atrás no tempo ou apagar tudo o que tinha acontecido. Minha vontade era de nunca mais sair daquela cama.
Você já se sentiu assim também?
Depois de falar com essa amiga (amiga, sim, pois como diz o ditado: quem avisa, amigo é!), me dei conta de que, apesar deste último caso com o álcool ter sido o mais grave, não era um fato isolado.
Infelizmente, eu já havia tido episódios anteriores relacionados ao excesso de bebida. Por causa disso, percebi que minha relação com o meu namorado e minha família estava em perigo, assim como o meu emprego.
Era preciso tomar uma atitude.
Decidi, então, procurar ajuda. Busquei psiquiatras e psicólogos especializados no assunto e contei com o apoio incondicional do meu namorado, familiares e amigas. Cheguei a frequentar algumas reuniões do A.A (Alcoólicos Anônimos) também.
No entanto, como parte do enfrentamento do problema, eu tinha que admitir que o álcool era muito atraente para mim, capaz de promover, aparentemente, uma sensação de relaxamento, autoconfiança e alívio do estresse. Era por isso que eu arranjava maneiras de incluí-lo na minha rotina.
Eu dizia a mim mesma: “vou comprar uma garrafa de vinho porque talvez uma amiga venha jantar em casa”. Depois, avançava para: “vou tomar apenas uma taça”. Cheguei até a escolher restaurantes não por sua qualidade gastronômica, mas sim pela oferta de vinhos, por exemplo.
Felizmente, me lembrei de ter ouvido uma tia em tratamento medicamentoso prolongado que consumia vinho sem álcool. Foi como se uma luz se acendesse ao fim do túnel. Conversei com essa tia (ela inclusive estava presente no meu aniversário de 50 anos e viu tudo o que aconteceu) e trocamos muitas dicas.
Entrei de cabeça nesse universo, me aprofundando e apurando cada vez mais o meu paladar.
Foi quando descobri o Empório Sem Álcool. Há 5 meses, participo de meus happy-hours com minha garrafa de vinho não alcoólica, de ótima qualidade. Agora, posso me divertir, dar risada e aproveitar a noite sem perder a memória ou dirigir embriagada.
Uma das melhores coisas, certamente, é ter a lembrança de todas as conversas e fatos ocorridos na noite anterior. Então, além de me divertir como antes, consigo replicar o que aconteceu para aqueles que, como eu, no passado, sofriam com a amnésia alcoólica.
Hoje em dia, eu percebo que em happy-hours “comedidos”, com minha escolha por bebidas sem álcool, consigo me divertir da mesma forma e sem os efeitos-adversos da ressaca do dia seguinte, como letargia, dor de cabeça, mal-estar e tantos outros.
Sem o álcool, eu também acordo mais disposta, trabalho com mais afinco, foco e disposição, faço exercícios físicos por prazer e durmo melhor. Meu psiquiatra, em nossa última consulta, chegou a me perguntar se eu havia realizado algum procedimento estético, já que até a minha pele parecia melhor.
Eu já tinha ouvido falar que a sobriedade rejuvenesce, mas comecei a sentir — e notar — isso na minha própria pele!
Depois de descobrir tantos benefícios, abracei essa causa e busco atender pessoas que passam por dificuldades semelhantes e desejam experimentar uma vida igualmente prazerosa e feliz, mas com mais presença e controle, sem os atalhos do álcool.
Espero trazer conteúdos e informações importantes sobre psicologia, consumo de álcool e estilo de vida neste canal, a partir de agora. Se você deseja conhecer mais sobre mim ou meu trabalho ou enviar sugestões de temas para abordarmos aqui, basta me procurar nas redes sociais, clicando aqui.
Até a próxima!
* Por Christina Demant
Psicóloga formada pela PUC-SP com especialização em Terapia Cognitivo-Comportamental; Mindful Eating; Distúrbios Alimentares; e Nutricoach (Método Sophie Deram).
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