O suicídio é considerado um sério problema de saúde pública que representa mais de 700 mil mortes por ano, de acordo com a Organização Mundial da Saúde. Definido pela Classificação Estatística Internacional de Doenças e Problemas Relacionados à Saúde (CID-10) como “óbito derivado de lesões autoprovocadas intencionalmente”, o suicídio, no Brasil representa a segunda maior causa de morte entre jovens de 15 a 29 anos.
É uma situação alarmante que requer atenção e cuidado especial. Felizmente, há diversas maneiras de prevenir o suicídio, desde a busca por tratamento para doenças mentais até o apoio da família e dos amigos. Se você estiver passando por um momento difícil, não hesite em procurar ajuda.
O Abuso do Álcool Pode Acarretar em Suicídio?
Ao tratar-se do tema suicídio, é frequente a presença de questionamentos do porquê ele acontece e as respostas são complexas, uma vez que existem inúmeros fatores de risco. Dentre eles, está o consumo de álcool.
O álcool interfere negativamente na química do cérebro, afetando o humor e o comportamento. Isso pode levar a um aumento do impulso suicida. Além disso, o álcool também pode diminuir a capacidade de tomar decisões racionais e aumentar o risco de agir impulsivamente (FERREIRA et al, 2014). Outro fator é o isolamento social, que pode intensificar os sentimentos negativos e levar ao desespero. Por isso, é importante estar atento aos sinais de alerta para poder prevenir o suicídio.
Qual o Risco de um Alcoólatra Cometer Suicídio?
As pessoas com dependência química, incluindo o alcoolismo, são em média 10 vezes mais propensas ao suicídio. Isso se deve ao fato de que essas pessoas enfrentam muitos problemas relacionados à saúde mental, como depressão e ansiedade. Além disso, elas também estão mais suscetíveis a sofrer abusos e violência. Tudo isso pode levar as pessoas a terem pensamentos suicidas. Por isso, é importante que as pessoas nas quais esses sintomas forem identificados recebam o devido tratamento para minimizar o risco de suicídio (WILCOX et al, 2012).
Isso acontece porque álcool é um depressor do sistema nervoso central (SNC), o que intensifica os sintomas depressivos, aumentando o risco de morte por suicídio, principalmente naqueles indivíduos que já possuem um quadro de depressão. O álcool também interfere no funcionamento dos neurotransmissores, o que pode levar à alterações no humor e no comportamento.
Além disso, a substância impede que o cérebro produza o hormônio serotonina, responsável pelo bem-estar e pelo controle do humor. Essa falta de serotonina pode causar sintomas como irritabilidade, ansiedade e depressão. A ingestão excessiva de álcool também pode levar à dependência química e às vezes até à overdose, que pode ser fatal. Por isso, é importante ficar atento aos sinais de alerta e procurar ajuda médica caso se suspeite de algum problema.
Álcool, Suicídio e Depressão, O Triângulo do Mal!
O abuso do álcool pode acarretar também em severas consequências, com o desenvolvimento de transtornos psiquiátricos (HESS et al, 2012). Dessa maneira, o assunto pode ser tratado como uma tríade entre álcool, suicídio e depressão.
Estudos mostram que a depressão está fortemente ligada ao consumo excessivo de álcool, e que esse é um dos principais fatores de risco para o suicídio. Além disso, o álcool pode agravar os sintomas da depressão e levar à automedicação, o que aumenta ainda mais o risco de suicídio. Por isso, é extremamente importante tratar esses problemas de forma conjunta e prevenir o consumo excessivo de álcool.
O álcool, além de intensificar os sintomas depressivos, é utilizado como uma das formas de cometer suicídio. Um estudo sueco apontou que 34% das vítimas de suicídio haviam consumido álcool antes da morte e, dentre esses, 36% dos homens e 31% das mulheres tinham uma alcoolemia positiva na necropsia, indicando uma quantidade de álcool elevada, próxima a morte (HOLMGREN, 2015).
Por fim, vale ressaltar que, apesar dos enormes malefícios do álcool quando relacionado com o suicídio, a droga ainda é a mais consumida pela população brasileira, devido seu acesso fácil e preço baixo, o que torna indispensável a maior conscientização da população sobre o assunto.
Existe Tratamento Para esse Triângulo Maligno?
O primeiro passo para lidar com esse problema é compreender as causas que podem levar a esses comportamentos. Muitas vezes, o abuso do álcool está ligado a fatores como estresse, ansiedade e depressão. A melhor forma de tratar esses problemas é procurando ajuda especializada, seja em um grupo de apoio ou em terapia. Além disso, é importante ter um bom plano de recuperação e seguir rigorosamente as orientações dos profissionais.
Portanto, identificar esses fatores é crucial para buscar soluções adequadas e evitar que o problema se agrave!
A boa notícia é que há tratamento disponível para alcoólatras e dependentes químicos e há esperança de que essas pessoas possam se recuperar e levar uma vida normal e saudável. Nesses casos, o tratamento pode incluir terapia e/ou medicamentos. Além disso, é importante buscar ajuda de familiares e amigos para superar os momentos difíceis. Aprender a lidar com as emoções é fundamental para evitar o consumo excessivo de álcool.
Dessa maneira, é sempre importante lembrar que a melhor orientação é evitar a ingestão de bebidas alcoólicas e manter uma alimentação balanceada em nutrientes. Uma boa opção aliada para uma vida mais saudável são as bebidas sem álcool, que podem ajudar na manutenção de um melhor estilo de vida sem tirar o prazer da alimentação. No Empório Sem Álcool, há diversos tipos e sabores para você aproveitar! Para mais informações, acesse a nossa loja.
Referências
World Health Organization. Suicide. World Health Organization, https://www.who.int/news-room/factsheets/detail/suicide (2021, accessed 28 May 2020)
Ferreira NS, Pessoa VF, Barros AB, Figueiredo AEB, Minayo MCS. Fatores de risco relacionados com suicídio em Palmas (TO), Brasil, 2006-2009, investigados por meio deautópsia psicossocial. Ciênc Saúde Coletiva. [Internet]. 2014 fev 19(1):115-26. doi: 10.1590/1413-81232014191.2229
Hess, A. R. B., Almeida, R. M. M. D., & Moraes, A. L. (2012). Comorbidades psiquiátricas em dependentes químicos em abstinência em ambiente protegido. Estudos de Psicologia, 17 (1), 171-178. doi: https://doi.org/10.1590/S1413-294X2012000100021
Wilcox HC, Conner KR, Caine ED. Association of alcohol and drug use disorders and completed suicide: An empirical review of cohort studies. Drug Alcohol Depend. 2004;76S:S11-S19. DOI: http://dx.doi.org/10.1016/j.
Holmgren A, Jones AW. Demographics of suicide victims in Sweden in relation to their blood-alcohol concentration and the circumstances and manner of death. ForensicSci Int. 2010;198(1-3):17-22. DOI: http://dx.doi.org/10.1016/j. forsciint.2009.12.015