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O Consumo de Álcool e a Influência dos Meios de Comunicação e da Publicidade: Como Proteger a Saúde em Meio a Tantas Mensagens?
Através da associação do produto a imagens que remetem à beleza, diversão, vigor e sucesso nas relações interpessoais, a publicidade consegue criar no consumidor uma memória afetiva positiva. Essa será crucial em momentos de tomada de decisões, em que o consumo de bebidas alcoólicas, muitas vezes já associadas a essa visão positiva, será favorecido. Como consequência disso, por exemplo, muitas pesquisas já relatam que o aumento na ingestão de consumo de álcool por parte de jovens, bem como o consumo precoce, está diretamente associado à uma maior exposição das propagandas dessas bebidas (JUNDI;PINSKY, 2008; ANDERSON et al., 2009; SMITH & FOXCROFT, 2009).
Consumo de Álcool e a Lei Federal.
A Lei Federal n.o 9.294, de 1996, é responsável por regular as propagandas de bebidas alcoólicas, que passam a ter seu horário e meio de exibição limitado. Entretanto, ela engloba apenas os produtos que contêm um teor de álcool superior a 13°GL, como as cachaças, vodkas e uísques. Desse modo, não há restrições quanto a veiculação de publicidades que estimulam o consumo de cervejas, vinhos e misturas de vodka, por exemplo (BRASIL, 1996).
Mesmo com essas restrições, o uso das mídias e da publicidade para favorecer a compra de bebidas alcoólicas ainda é muito forte e recebe grandes investimentos, demonstrando o poder de influência que essas ferramentas têm sobre os consumidores. Além de analisarem o comportamento e as preferências do público alvo, as propagandas desse mercado estão cada vez mais criativas e voltadas para atrair o interesse das pessoas mais jovens (BABOR; CAETANO;CASSWELL; EDWARDS; GIESBRECHT, 2003 apud PAVARINO FILHO; PINSKY, 2007; JUNDI;PINSKY, 2008; GRAVAS, 2007 apud GORGULHO, 2006 apud CIARLO; MASTROIANNI, 2010).
Consumo de Álcool e o Faturamento das Empresas.
Em 2006, a indústria de cerveja faturou mais de R$20 bilhões e investiu, aproximadamente, R$700 milhões em publicidade. Trata-se, portanto, de um mercado de alta lucratividade que tem seu crescimento apoiado em veículos que vão desde as mídias mais tradicionais até o patrocínio de eventos que estão associados ao estilo de vida do público alvo (JUNDI;PINSKY, 2008).
Mesmo com o compartilhamento midiático de tantas imagens positivas que instigam o consumo de bebidas alcoólicas, vale sempre lembrar dos malefícios que elas podem ter para a vida e bem-estar de todos. Por isso, conte sempre com os nossos produtos para te acompanhar nos momentos de celebração e confraternização!
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Referências do Texto:
ANDERSON, P. et al. Impact of alcohol advertising and media exposure on adolescent alcohol use: A systematic review of longitudinal studies. Alcohol and Alcoholism, Oxford, v. 44, n. 3, p. 229-243, jan. 2009. DOI 10.1093/alcalc/agn115. Disponível em: https://doi.org/10.1093/alcalc/agn115. Acesso em 17 jul. 2022.
BRASIL. Lei Federal n.o 9.294, de 15 de julho de 1996. Dispõe sobre as restrições ao uso e à propaganda de produtos fumígeros, bebidas alcoólicas […]. Diário Oficial da União: seção 1, Brasília, DF, v. 7, p. 13074, 16 jul. 1996.
CIARLO, T. B.; MASTROIANNI, F. C. Considerações sobre a influência dos meios de comunicação no consumo de bebidas alcoólicas e sua relação com as políticas de saúde pública. Revista Brasileira Multidisciplinar, v. 13, n. 1, p. 149-157, jan. 2010. DOI 10.25061/2527 2675/ReBraM/2010.v13i1.134. Disponível em: https://doi.org/10.25061/2527 2675/ReBraM/2010.v13i1.134. Acesso em 17 jul. 2022
PINSKY, I.; JUNDI, S. A. R. J. E. O impacto da publicidade de bebidas alcoólicas sobre o consumo entre jovens: revisão da literatura internacional. Rev Bras Psiquiatr, São Paulo, v. 30, n. 4, p. 362-374, abr. 2008. DOI 10.1590/S1516-44462008005000015. Disponível em: https://doi.org/10.1590/S1516-44462008005000015. Acesso em 17 jul. 2022.
SMITH, L. A., FOXCROFT, D. R. The effect of alcohol advertising, marketing and portrayal on drinking behaviour in young people: systematic review of prospective cohort studies. BMC Public Health, v. 9, n. 51, fev. 2009. DOI 10.1186/1471-2458-9-51. Disponível em: https://doi.org/10.1186/1471-2458-9-51. Acesso em 17 jul. 2022
