Efeitos do Álcool :Impacto da Gestação nas Escolhas e Comportamentos.
Efeitos do álcool na gestação é uma das fases mais importantes da vida de uma mulher ou de um casal. É um momento no qual todas as escolhas alimentares e comportamentos podem surtir grande efeito na vida futura da criança. Sendo necessário, momentaneamente, abrir mão de alguns hábitos de consumo, para que o feto se desenvolva bem. Porém, infelizmente ainda existem muitos casos de irresponsabilidade durante a gravidez, como o consumo exagerado de álcool.
Estatísticas Alarmantes Sobre Consumo de Álcool na Gravidez.
Um estudo realizado no Rio de Janeiro em 2000 constatou que 40,6% das mulheres que pariram, consumiram bebida alcoólica em algum período da gestação e 10,1% fizeram-no até o final da gravidez (Moraes e Reichenheim, 2007). Já outro publicado em 2009, verificou que 33,29% das puérperas consumiram álcool em algum momento da gestação, sendo que destas, 21,41% consumiram em todos os três trimestres de gravidez (Mesquita, 2009).
Efeitos do Álcool no Recém Nascido : Riscos do Consumo de Álcool Durante a Gestação.
O problema do consumo de bebidas alcoólicas por uma gestante é que isto pode levar a abortamento, mortalidade no nascimento ou à prematuridade ou outros danos físicos e psicológicos ao embrião (Jones, 1973).
Isto ocorre por dois fatores principais: Segundo Grinfeld, as mulheres têm uma sensibilidade ao álcool maior que os homens, pela maior absorção dessa droga, menor quantidade de água e maior proporção de gordura corpórea, atingindo níveis maiores de álcool no sangue. Além disso, o álcool ingerido atravessa facilmente a placenta sem sofrer qualquer alteração, resultando em um nível fetal equivalente ao materno. Somado a isso, temos também a imaturidade e baixas quantidades de enzimas fetais, tornando o metabolismo e eliminação do álcool mais lentos, agravando os efeitos do álcool (Jones, 1973).
Impacto Direto do Álcool no Desenvolvimento Fetal.
O álcool age direta ou indiretamente sobre o embrião, interferindo em seu crescimento. Prejudica o transporte de nutrientes para o feto, propicia a má nutrição materna e ainda pode diminuir a oxigenação dos vasos umbilicais (Grinfeld, 2000).
Em qualquer período gestacional, os efeitos do álcool podem causar efeitos no sistema nervoso central fetal, sendo esses mais graves nas primeiras cinco semanas, com a mais comum sendo a microcefalia decorrente da diminuição do crescimento cerebral (Thackray, 2001).
As crianças e seus familiares devem ser encaminhados para serviços especializados em casos nos quais a gestante consumiu sete ou mais drinques por semana e/ou três ou mais drinques por vez, em várias ocasiões (Bertrand, 2005 e Hoyme, 2005).
Prevenção Através da Conscientização.
Segundo as orientações da OMS (2002), a chave da prevenção das doenças fetais causadas pelo consumo gestacional de álcool é a promoção de programas que aumentem a consciência dos perigos da exposição pré-natal aos efeitos álcool pelo consumo de bebidas alcoólicas pela grávida.
Nem todas as crianças de mães que consumiram álcool pré e pós natal desenvolvem os seus efeitos prejudiciais, porém, não se sabe o nível seguro de consumo de álcool durante a gestação. Sendo sempre recomendado a exclusão total de bebidas alcóolicas.
Efeitos do Álcool no Recém Nascido e os Perigos.
Recomendação Fundamental: Abstinência Total.
Vale lembrar que o recomendado é sempre a exclusão total de bebidas alcóolicas na gravidez. Uma boa opção aliada para uma vida mais saudável são as bebidas sem álcool, que podem ajudar a socialização, mas sem tirar o prazer da alimentação e sem os efeitos do álcool. No Empório Sem Álcool, há diversos tipos e sabores para você aproveitar! Para mais informações, acesse o Banner Abaixo:
Referências:
World Health Organization. The World Health Report 2001. Mental health: new understanding, new hope. Relatório Mundial da Saúde, 2001. Lisboa: Climepsi; 2002.
Moraes CL, Reichenheim ME. Rastreamento de uso de álcool por gestantes de serviços públicos de saúde do Rio de Janeiro. Rev Saúde Pública. 2007;41(5):695-703. Disponível em: https://www.scielo.br/j/rsp/a/3tkv7Wx7SqW8jvmBBjsqdYR/
Mesquita MA, Segre CAM. Frequência dos efeitos do álcool no feto e padrão de consumo de bebidas alcoólicas pelas gestantes de maternidade pública da cidade de São Paulo. Rev Bras Crescimento Desenvolv Hum. 2009;19(1):63-77. Disponível em: http://pepsic.bvsalud.org/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S0104-12822009000100007
Hoyme HE, May PA, Kalberg WO, Kodituwakku P, Gossage JP, Trujillo PM, et al. A practical clinical approach to diagnosis of fetal alcohol spectrum disorders: clarification of the 1996 institute of medicine criteria. Pediatrics. 2005;115(1):39-47. Disponível em: https://pubmed.ncbi.nlm.nih.gov/15629980/
Grinfeld H. Consumo nocivo e efeitos do álcool durante a gravidez. In: Andrade AG, Anthony JC, editors. Álcool e suas consequências: uma abordagem multiconceitual. São Paulo: Manole; 2009. p.179-99. Disponível em: https://cisa.org.br/suasaude/informativos/artigo/item/221-gravidez-e-alcool-toleranciazero#:~:text=Os%20efeitos%20do%20%C3%A1lcool%20sobre,fala%20e%20audi%C3%A7%C3%A3o%2C%20dentre%20outros.
Jones KL, Smith DW. Recognition of the fetal alcohol syndrome in early infancy. Lancet. 1973;302(7836):999-1001. Disponível em:https://www.sciencedirect.com/science/article/abs/pii/S0140673673910921
Grinfeld H, Segre CAM, Chadi G, Goldenberg S. O alcoolismo na gravidez e os efeitos na prole. Rev Paul Pediatr. 2000;18(1):41-9. Disponível em: https://pesquisa.bvsalud.org/portal/resource/pt/lil-363116 – Thackray H, Tifft C. Fetal alcohol syndrome. Pediatr Rev. 2001;22(2):47-55
Bertrand J, Floyd LL, Weber MK; Fetal Alcohol Syndrome Prevention Team, Division of Birth Defects and Developmental Disabilities, National Center on Birth Defects and Developmental Disabilities, Centers for Disease Control and Prevention (CDC). Guidelines for identifying and referring persons with fetal alcohol syndrome. MMWR Recomm Rep. 2005;54(RR-11):1-14. Disponível em: https://pubmed.ncbi.nlm.nih.gov/16251866/
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